SINOPSE DO ESPETÁCULO SENDO O DIRETOR FERNANDO ALBUQUERQUE.
ANISTIA PARA ANA é um espetáculo teatral que versa sobre a vida de uma guerreira, que em meados dos anos 60 e 70, rebela-se, renunciando aos privilégios oferecidos pela burguesia paulista, em prol da luta em favor dos excluídos.
Vestindo o pseudônimo de Ana Coragem, seu nome de guerra; ela consegue driblar e dar um “baile” em muitas milícias que formam a massa de manobra dos braços truculentos e intolerantes dos 20 anos da humilhante e desumana ditadura militar, que marcou dolorosamente a nossa história.

O cenário é um lugar fictício entre o paraíso, a terra e o purgatório; ambiente em que Ana está sendo julgada sob diálogos de cunho extremamente real, revelando depoimentos de dois tipos de seres humanos: 1) os que nasceram em berço pobre e desprovidos de oportunidades de sobrevivência; os abandonados pelo estado que “educa”, “alimenta” e vivem no submundo do capitalismo, usando suas caras sujas e às vezes assustadoras, para conseguirem o seu pão de cada dia; 2) E os que nasceram em berço de classe média alta, com “pedigrees” e objetos de alto valor aquisitivo, mas negaram sua classe em favor da luta em benefício de uma sociedade com menos miséria e mais dignidade. Pessoas que deixaram de lado seus sonhos individuais e ambições pessoais para dedicar-se ao coletivo, denunciando injustiças, abusos e a violência cometida nos porões do militarismo.
Na introdução da peça e fazendo uso do pano de fundo da história, o espetáculo inicia-se com o final do texto de João Cabral do Melo neto: Morte e Vida, Severina. Os personagens, aos poucos vão criando uma unidade e dão relevância à história de Ana Coragem, que está sendo ouvida para ser julgada por uma bancada de inquisidores. No processo, uma testemunha inesperada revela-se tentando confundir os tais inquisidores e faz com que a ré, passe por novas sessões de tortura.
ANISTIA PARA ANA é um espetáculo denso e reflexivo, que não procura remontar fatos, mas, de forma carinhosa faz uma singela homenagem a essa grande pessoa que tanto lutou pelos direitos humanos; seu nome: Márcia Dangremon.
Vale à pena conferir!
Fernando Albuquerque
(DIRETOR)
Olinda, Abril de 2010.
Um comentário:
Numa época que poucos observam o seu redor,o seu próximo, Cecy e Fernando conseguem retratar esse contexto que ainda vivemos quando estamos preocupados com os big brother e até mesmo a novela fica a reflexão...
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